27/03/2007

grandes portugueses

No domingo foi a grande final do programa ‘Grandes Portugueses’, na RTP.

À mesma hora, na TVI, dava o reality show ‘As belas e os mestres’. Ora, o share de audiência da TVI foi o dobro, nesse período, do da RTP!!!
Isto é que é um facto para nos deixar preocupados, e não o concurso que elegeu um ditador, um projecto de ditador e um senhor que sofreu muito às mãos do poder apenas por ter feito o bem (uma história clássica, portanto)!

Podem-se apontar todos os defeitos ao concurso. Até podemos gritar histericamente, qual Odete Santos. O que temos de admitir é que o concurso nos pôs a olhar para a história, a relembrar a história, a discutir Portugal. E serviu também para colocar a nu uma das maiores evidências de Portugal no pós-25 de Abril, quiçá culpa dos camaradas da Odete Santos: o falhanço da educação.

Quanto à eleição, obviamente Salazar e Cunhal, não obstante serem grandes Portugueses, não mereceriam estar nos 10 primeiros, até pelo pouco tempo que passou para os avaliar (actos maus esquecem-se depressa, e os bons perduram e são aumentados, note-se...). No séc. XX, se houve alguém que foi decisivo para Portugal pela positiva foi Mário Soares que, curiosamente, combateu aqueles dois e que eventualmente poderia ter estado nestes 10 primeiros (o 12.º lugar é extremamente honroso e penso que correcto).

O meu voto:
  1. Luis de Camões
  2. D. Afonso Henriques
  3. D. João II
  4. Infante D. Henrique
  5. Marquês de Pombal
  6. D. Manuel I
  7. D. Dinis
  8. Santo António
  9. Fernando Pessoa
  10. Nuno Álvares Pereira

Outros: Aristides de Sousa Mendes, Mário Soares, Vasco da Gama, Amália, D. João I, Afonso de Albuquerque, D. João IV, etc.

Pensar Minde

06/03/2007

A energia eólica para Minde e Alcanena

Aquando das eleições para Câmara e Junta falou-se muito da possibilidade da implantação de um projecto para a criação de energia eólica na freguesia de Minde. Já antes algumas pessoas tinham abordado esta questão (penso que no portal minderico estão alguns comentários/artigos). Como é habitual nestas alturas, o assunto caiu rapidamente após as eleições.

Muito desconhecimento rodeia esta questão, o que foi evidente nos debates no cine-teatro de Minde. Todos os candidatos se referiram a isto, dado ser um assunto porreiro para se falar em eleições e porque não ficaria bem não mandar uns bitaites (este desconhecimento alargou-se a todo o público, aos candidatos e ao coordenador do debate; a única excepção terá sido o Ricardo Nogueira, do PCP, que está inserido em grupos ambientalistas).

No fim de contas, o assunto morreu porque parece que o PNSAC não deixa fazer-se nada.

É pena. Sinceramente desconheço se é assim. Fazia jeito termos um projecto destes aqui na zona. Por exemplo, na serra por cima da auto-estrada, nas antenas, dava um jeitão, até porque aquilo está tudo ardido e desertificado. Nem os bichinhos por lá andam...
Poderia perfeitamente estabelecer-se um protocolo com a empresa implementadora do projecto que a obrigasse a reflorestar aquela área.

Deixo aqui alguns números, para reflexão, acerca de parques de energia eólica em Portugal e em 2005:

- As empresas de energia eólica são obrigadas a pagar aos municípios em cujos terrenos instalem parques eólicos uma renda mensal de 2,5 % (valor anual) sobre o volume de negócios (podendo ser atribuída, no todo ou em parte, às freguesias)
- Fixação de renda obrigatória para os proprietários rurais (donos dos terrenos)
- Criação de emprego: 20/22 trabalhadores por MW instalado
- Receitas dos municípios (2005): 5 milhões euros
- Receitas dos proprietários(2005): 3,5 milhões de euros

Valerá a pena pensar nisto?


Pensar Minde